Os servidores de São Manuel e os beneficiários do Instituto de Previdência do Município vivem dias de ansiedade e não é por conta do início da Copa do Mundo.
Um investimento de alto risco no mercado financeiro, feito pela direção do instituto, poderá comprometer as finanças da autarquia e a aposentadoria dos trabalhadores. O caso chegou à Câmara.
A possibilidade de perda de mais de R$19 milhões por causa de um investimento de risco da diretoria do IPREM revoltou os vereadores. Omar de Carvalho foi o mais exaltado na reunião. Além de vereador ele também é funcionário municipal e vai depender do instituto quando se aposentar.
Depois das explicações do diretor-presidente e do advogado do IPREM, o vereador acredita na recuperação do investimento, mas considera uma atitude falha da direção da autarquia municipal.
O IPREM é responsável pelo pagamento de 21 pessoas, entre aposentados e pensionistas do serviço municipal. Segundo o diretor, o órgão recebe R$400 mil por mês e gasta com a folha, R$200 mil mensais.
A diretoria do IPREM retirou, em 2008, R$14 milhões de aplicações em bancos de São Paulo e transferiu todo investimento em um fundo de uma empresa de investimentos do Rio de Janeiro.
Em São Manuel é o maior cotista do grupo. São 27% dos investimentos. Em segundo vem o município de São Gonçalo, do Rio de Janeiro com 9,35%. O resgate seria autorizado depois de 18 meses da aplicação.
O prazo venceu em janeiro, mas por causa de mudanças na legislação, o fundo ficou fora das novas regras do conselho monetário nacional. O responsável pelo IPREM, José Tomáz, disse na reunião que a aplicação foi aprovada pelo Conselho Gestor, mas, assumiu a culpa de uma aplicação com um risco tão alto.
Sem poder capitalizar, os outros cotistas optaram por realizar uma nova assembléia no dia 11 de junho. Segundo o advogado do órgão, que não quis gravar entrevista, se depois dessa nova reunião não houver a liberação dos R$19 milhões, ele entrará na justiça para recuperar o valor.
Ele mesmo admite que isso seria pior para a cidade, por causa da lentidão judicial. Para evitar novos problemas como este, o presidente da câmara teve um projeto aprovado pelo prefeito.
Em nota, a direção da seguradora do Rio de Janeiro, que administra as aplicações dos dez institutos de previdência municipais, entre eles São Manuel, informou que o fundo terá rendimentos até 2016 e que até lá não haverá prejuízo para os participantes.
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