quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Trabalho escravo

Ontem estive num lançamento de livro na Cultura. Organizado por dois jornalistas cariocas, Arthur Ituassu e Rodrigo de Almeida, o livro O Brasil tem jeito? volume 2, mereceu uma palestra bem legal. Adib Jatene falou sobre a corrupção endêmica e a sonegação que comprometem a qualidade da Saúde no País. Dalmo Dallari falou sobre o Judiciário e suas transformações. Para tratar do tema, e da interferência do Legislativo na atuação do Judiciário, Dallari lembrou a história do Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), encarregado de combater o trabalho escravo no Brasil.

O DEM retomou suas atividades nesta semana, depois de um termo de cooperação técnica com a Advocacia-Geral da União (AGU), que dará suporte jurídico aos fiscais. As operações estavam paradas desde o dia 21 de setembro, quando cinco senadores passaram a pressionar a atuação do grupo. Um deles, de reconhecido comprometimento com o que existe de pior no País, é paulista, o senador Romeu Tuma (DEM-SP). Os outros são Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Kátia Abreu (DEM-TO), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Todos questionaram a libertação de 1.064 trabalhadores na fazenda de cana e usina Pagrisa, em Ulianópolis (PA). Chegaram ao limite de acionar a Polícia Federal para verificar os procedimentos adotados pelo grupo móvel durante a fiscalização. Só faltou apontarem armas para os fiscais.

Não dá para esquecer que em 2004, três auditores e um motorista do MTE foram mortos, em Unaí (MG), durante uma fiscalização de rotina.

De acordo com o relatório produzido pelo grupo móvel, os trabalhadores da Pagrisa não ganhavam salários, porque a empresa fazia descontos ilegais. Além disso, a comida estava estragada e a água para beber era a mesma utilizada na irrigação da cana que, de tão suja, parecia caldo de feijão. Que tal esses usineiros?

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