terça-feira, 29 de abril de 2008

Quem é mesmo o lobista?


Entre os financistas da campanha de Arnaldo Jardim (PPS) para o Congresso Nacional em 2006 estão pelo menos duas grandes usinas de álcool e açúcar: Usina Barra Grande Lençóis S/A, que de acordo com as prestações de conta no TSE teria doado 80 mil reais e a Santa Cândida Açúcar e Álcool Ltda, que teria doado oficialmente 15 mil reais.
Pois agora o vice-líder do PPS na Câmara Federal insiste em fanfarrices nacionalistas: diz existir uma “grande campanha internacional” contra a produção de biocombustíveis que, segundo ele, estaria sendo incentivada por lobbies e empresas fornecedoras e produtoras de combustíveis fósseis. Sua defesa do biocombustível como não poluidor é contestada por cientista como Jen Shih Chang, especialista em energias e tecnologias de controle de poluição. Este destaca que carros movidos à álcool exalam um aroma doce, chamado formaldeído (metanal), altamente cancerígeno. Normalmente os bicombustíveis geram 3000% mais este gás que a gasolina. O professor, auxilia pesquisas na área de controle de poluição em diversas universidades do mundo, entre elas a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Admite que a cana-de-açúcar e o biodiesel reduzem o dióxido de carbono (CO2), mas alerta para a falta de pesquisas quanto à emissão de outros gases poluentes e altamente danosos para a saúde.
Arnaldo Jardim prefere esquecer essas questões. Segundo ele, o Brasil tem condições de ampliar a produção de cana-de-açúcar, principal insumo do etanol, em 7 milhões de hectares sem comprometer o cultivo de alimentos. Neste ano o Brasil já fará a maior colheita de cana-de-açúcar de sua história: essa colheita deverá variar entre 607,8 milhões e 631,5 milhões de toneladas, número de 8,8% a 13,1% acima daquele do ano passado. E dá-lhe queima de cana, e dá-lhe terra esgotada, e dá-lhe destruição de fauna. São Paulo, este deserto verde de cana, já não tem mais bichos do mato.

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