segunda-feira, 19 de maio de 2008

Por uma vaga na ABL, eles torcem para o colega morrer


Que coisa mais esquisita é a vaidade. Os escritores que competem para uma vaga na Academia Brasileira de Letras são tão ansiosos para ter seu trabalho reconhecido pela organização, que merecem ser reprovados: as suas torcidas pela morte do próximo é grande. A ida de Zélia Gattai para outro plano estimulou o apetite das feras. Mal o corpo da viúva de Jorge Amado esfriou, Affonso Romano de Sant'Anna já está em campanha para se transformar num novo imortal (será que esses ilustres homens e mulheres acreditam, mesmo, que nunca morrerão se sentarem nas cadeiras da decadente Academia Brasileira de Letras?). A luta de Romano pela vaga, mesmo discreta, é árdua. Faz mais de dois anos que não morria um daqueles tomadores de chá que vestem farda e agora, mesmo com tanto tempo de estrada, ele terá que enfrentar vários outros candidatos. A lista dos que batalham para ocupar a vaga de Zélia vai de Ziraldo a Rosiska Darcy de Oliveira, autora de livros que nunca li.

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