sexta-feira, 17 de abril de 2009

A política de Saúde de José Serra

Nem os médicos suportam mais o caos no pronto-socorro do Hospital de Clínicas de São Paulo, referência no atendimento de emergências na capital. No último sábado o médico responsável pelo plantão, o neurocirurgião Clemar Corrêa, pediu pelo amor de Deus ao Corpo de Bombeiros e ao Serviço Municipal de Urgências que não levassem para lá pacientes com politraumatismos graves: o PS estava superlotado. Falavam médicos, enfermeiros e atendentes por causa do feriado prolongado, também em outros PS da cidade e, como sempre acontece, tinha gente morrendo na fila.
Está evidente que esse é um problema estrutural. Há muito, muito tempo o PS do Hospital de Clínicas não dá conta de atender adequadamente seus doentes. Mas o governador Serra, em plena campanha para a Presidência, não quer ouvir falar de problemas. Ao invés de a Secretaria Estadual de Saúde adotar medidas emergenciais no decorrer desta semana, para que a situação não se repetisse, ele determinou o afastamento do médico que, tentando salvar vidas, apelou a Deus e aos bombeiros. Hoje começa mais um feriado prolongado. Mais uma vez, gente que necessita de atendimento emergencial vai agonizar nas macas. E como acontece nos países totalitários, ai de quem reclamar. Essa é a política de Saúde do governo paulista e de seu mandatário chefe: deixar morrer.

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