sábado, 5 de dezembro de 2009
OAB pede saída de prefeito e vice de Igarapava
Com base em 23 gravações, José Ricardo Mattar, presidente da subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Igarapava, na região de Ribeirão Preto, no interior paulista, entrou ontem com representação no Fórum local pedindo o impeachment do prefeito Francisco Tadeu Molina (PSDB), de seu vice José Humberto Lacerda (PCdoB) e dos vereadores Leandro da Silva (PV) e Paulo César de Morais (PSDB) por improbidade administrativa. Todos estariam envolvidos em negociatas com dinheiro público. Mattar espera um parecer favorável do Ministério Público Estadual (MPE) para que os quatro sejam afastados. Para ele, a política da cidade precisa ser moralizada com urgência. Desde março, Igarapava tem problemas envolvendo seus políticos: cinco vereadores presos, por extorsão ao prefeito, foram cassados em outubro pela Câmara Municipal. 'Vamos fazer um movimento na cidade, uma mobilização para que isso mude', diz o presidente da OAB. Conversas em vídeo entre Molina, Lacerda e os vereadores, no gabinete do prefeito, teriam sido gravadas pelo próprio prefeito que, no entanto, nega. 'Como eu poderia armar tudo e aparecer nessa situação?', defende-se. Em viagem, ele se diz pego de surpresa com a representação encaminhada por Mattar e vai aguardar o andamento do caso para se manifestar. Nas conversas gravadas, Molina teria oferecido R$ 1,5 mil para o radialista e vereador Silva, que era da oposição, falar bem do prefeito e de Lacerda, que deverá ser candidato à sua sucessão. Silva informa que não viu a gravação, mas admite ter procurado Molina em 11 de março quando era suplente na Câmara para pedir emprego. 'Existe diferença entre pedir emprego e propina, então estou tranquilo', afirma. Silva assumiu o cargo de vereador poucos dias depois, já que em 18 de março cinco vereadores foram presos acusados de extorsão contra Molina. Sobre Morais, que preside a Câmara, a conversa se desenvolve a respeito de como burlar licitação de serviços de van e pedido de emprego para o irmão do vereador. Mattar informa ainda que moveu ação popular para cancelar o concurso de diretor de trânsito realizado pela prefeitura em 2008, que teria sido irregular. Morais foi aprovado e atualmente acumula as duas funções públicas. 'Isso é incompatível, pois ele está sempre viajando para representar a Câmara e não cumpre expediente no órgão de trânsito', afirma Mattar, que também quer a devolução do dinheiro recebido pelo vereador. Morais não foi localizado pela reportagem.
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