O candidato ao Senado pelo PSDB Aloysio Nunes, ex-secretário da Casa Civil, confirmou ontem ao Diário ter laço de amizade antiga com o ex-diretor de Engenharia do Dersa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, mas negou qualquer tipo de favorecimento ilegal fruto desta relação. Reportagem da revista “Veja” desta semana considera Paulo Preto como o “homem-bomba” do rio-pretense Aloysio.
A revista levanta suspeita sobre um empréstimo no valor de R$ 300 mil recebido pelo tucano do “homem-bomba” e seus familiares. De acordo com a publicação com circulação nacional, Paulo Preto “aparece em uma série de documentos apreendidos pela Polícia Federal na operação Castelo de Areia, que investigou a empreiteira Camargo Corrêa entre 2008 e 2009.”
De acordo com a “Veja”, ao menos quatro documentos “trazem indícios de que o engenheiro era destinatário de propinas da construtora”. A revista publicou papéis que apresenta supostos pagamentos mensais de R$ 416,5 mil, a partir de dezembro de 2007. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém, suspendeu no mês de janeiro de 2010 a operação Castelo de Areia por força de liminar. Paulo Preto não foi indiciado, mas foi considerado pela revista um “homem-bomba” devido ao possível estrago que possa causar em ano eleitoral.
Em nota oficial encaminhado ao Diário, Aloysio disse ter uma amizade de mais de 20 anos com Paulo Preto e a sua família. Para tentar justificar o empréstimo, o cacique tucano afirmou que precisou do dinheiro do amigo para comprar o apartamento em que mora em São Paulo. Ele admitiu que formalizou um contrato com a filha de Paulo Preto, a advogada Priscila Souza, e a esposa do amigo, Ruth Souza.
“É preciso salientar que tanto a compra do apartamento, pela quantia de R$ 540 mil, como os empréstimos, constam rigorosamente das suas declarações de Renda junto à Receita Federal e que, por obrigação do cargo que exerceu, foram inclusive publicadas no Diário Oficial do Estado”, consta em trecho da nota.
Aloysio disse que a maior parte da dívida foi paga em 2008 por meio de cinco cheques que totalizaram R$ 210 mil a Priscila Souza, filha de Paulo Preto. Em 2009, “foram quitados os restantes R$ 40 mil da dívida.” “Fique claro também que tratou-se um negócio jurídico entre particulares, pessoas físicas ligadas por laços de amizade de mais de duas décadas, sem qualquer relação com atividade pública”, afirmou Aloysio por meio da nota.
Segundo a revista “Veja”, Paulo Preto foi responsável pelas grandes obras viárias do governo de São Paulo nos últimos três anos. Entre as construções está o trecho sul do Rodoanel, considerada pelo tucanato um dos principais trunfos para conseguir mais quatro anos à frente do governo do Estado.
A “Veja” afirmou que oito dias depois da obra ser inaugurada Paulo Preto foi demitido de seu cargo - segundo o Dersa, por uma “decisão de governo”. A revista indicou ainda que, no ano passado, quando Aloysio se apresentou como candidato ao governo de São Paulo, Paulo Preto foi apresentado como seu “interlocutor” junto ao empresariado.
(Diário da Região)
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