quinta-feira, 13 de maio de 2010

Jornais ignoram que empresas investigadas por fraude em merenda em São Paulo são contratadas pelo governo de Santa Catarina

Na análise da cobertura da educação de 75 jornais e quatro revistas semanais nesta primeira quinzena de maio, foi possível constatar que a terceirização da merenda na rede estadual de ensino de Santa Catarina não mereceu atenção. Apesar de ser uma política do estado catarinense, as empresas contratadas são de São Paulo – algumas delas investigadas por fraude e denunciadas pelo Ministério Público paulista no esquema que foi chamado de “máfia da merenda”. É o caso das empresas Coan, Convida e Nutriplus. No entanto, nenhum jornal de São Paulo tratou do tema.
Motivados pela notícia divulgada pela Secretaria Estadual de Educação de que 60% da merenda da rede já havia sido terceirizada, o Diário Catarinense e o A Notícia (de Joinville), ambos do mesmo grupo, publicaram, no dia 29 de abril, reportagens sobre o assunto. Mas, ao invés de denúncias acerca da fraude paulista, divulgaram informações exaltando a preferência dos alunos pelos novos alimentos. Apenas em notas menores, os jornais citam o fato de que a terceirização é polêmica.
Além de retomar as investigações do MP em São Paulo, os jornalistas também poderiam procurar informações dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) de SC. O escândalo de São Paulo teve origem nas denúncias e relatórios do CAE paulistano. E, por último, vale lembrar que uma lei que passou a vigorar no início de 2010 obriga gestores a aplicarem 30% dos recursos recebidos do governo federal para a merenda em produtos da agricultura familiar (leia mais aqui). Na cobertura de casos como esse, é oportuno fiscalizar também o cumprimento da medida.

(Fonte: Observatório da Educação)

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