Na análise da cobertura da educação de 75 jornais e quatro revistas semanais nesta primeira quinzena de maio, foi possível constatar que a terceirização da merenda na rede estadual de ensino de Santa Catarina não mereceu atenção. Apesar de ser uma política do estado catarinense, as empresas contratadas são de São Paulo – algumas delas investigadas por fraude e denunciadas pelo Ministério Público paulista no esquema que foi chamado de “máfia da merenda”. É o caso das empresas Coan, Convida e Nutriplus. No entanto, nenhum jornal de São Paulo tratou do tema.
Motivados pela notícia divulgada pela Secretaria Estadual de Educação de que 60% da merenda da rede já havia sido terceirizada, o Diário Catarinense e o A Notícia (de Joinville), ambos do mesmo grupo, publicaram, no dia 29 de abril, reportagens sobre o assunto. Mas, ao invés de denúncias acerca da fraude paulista, divulgaram informações exaltando a preferência dos alunos pelos novos alimentos. Apenas em notas menores, os jornais citam o fato de que a terceirização é polêmica.
Além de retomar as investigações do MP em São Paulo, os jornalistas também poderiam procurar informações dos Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) de SC. O escândalo de São Paulo teve origem nas denúncias e relatórios do CAE paulistano. E, por último, vale lembrar que uma lei que passou a vigorar no início de 2010 obriga gestores a aplicarem 30% dos recursos recebidos do governo federal para a merenda em produtos da agricultura familiar (leia mais aqui). Na cobertura de casos como esse, é oportuno fiscalizar também o cumprimento da medida.
(Fonte: Observatório da Educação)
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