quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vereador de Brotas é gravado em tentativa de extorsão

O vereador de Brotas (SP), Fernando Bissoli (PDT), de 34 anos, foi preso em flagrante na terça (20) por corrupção. Ele nega a tentativa de extorsão da qual é acusado e se diz vítima de perseguição política. Imagens gravadas pelo secretário de Esportes, Antônio Jorge Salla, com autorização do Ministério Público, mostram Bissoli cobrando dinheiro para votar a favor do prefeito Antônio Benedito Salla na comissão processante que investiga irregularidades administrativas. O dinheiro seria usado para pagar contas particulares no valor de R$ 11.850.
Jorge Salla, que é filho do prefeito, recebeu uma lista que justificava a cobrança dos valores. Vejam a transcrição:
Secretário: - 11 mil 850 reais? Dá uns 10 dias para "mim", só para levantar isso aí. Eu dou para você.
Vereador: - Só que aqui, cara, tem um certo juro e eu consegui um desconto para amanhã. 960 reais se você puder ajeitar pelo menos isso para "mim" liquidar isso daqui.

As cédulas do dinheiro que seriam entregues foram copiadas antes para servir de prova para o flagrante. O vereador, que é do mesmo partido do prefeito e cumpre o primeiro mandato, foi preso com R$ 1 mil no bolso da calça.
O Ministério Público recebeu o auto de prisão de flagrante e está avaliando se houve alguma ilegalidade. No final da tarde, foi confirmada a troca de advogados do vereador. Antônio Carlos Checco, que assumiu a defesa, já entrou com um pedido de soltura, mas a Justiça ainda não apreciou o pedido. O prefeito Antônio Benedito Salla lamentou a atitude do colega de partido e diz que não viu outra alternativa, a não ser o flagrante. Ele nega qualquer irregularidade na administração.
Em janeiro deste ano, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi aberta para investigar irregularidades na administração do prefeito Salla. Entre as acusações, estava o desvio de finalidade de recursos públicos e gastos irregulares. Os trabalhos de investigação se encerraram em abril e as irregularidades foram confirmadas. Foi marcada para o dia 2 de agosto a votação que deve criar uma comissão processante e, nela, os vereadores terão que decidir se o mandato do prefeito será cassado.

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