quinta-feira, 15 de maio de 2008

O AUMENTO DO PREÇO DOS FUZIS PARA O NARCOTRÁFICO



A imprensa tem noticiado que o preço dos fuzis de uso dos narcotraficantes no Brasil subiu muito nos últimos meses. É verdade. Os números internos de apreensão, ou mesmo o crescimento do narcovarejo não explicam nem redução de oferta, nem aumento de demanda. E como também não há apreensões significativas pela PF nas "fronteiras", a causa é externa: aumento de demanda em conflitos armados, ou mesmo pelo narcotráfico na produção ou no atacado ou redução de produção nos países de origem.
A arma longa (de transporte) preferida pela bandidagem é o fuzil AK-47, pela sua resistência, eficácia, pouca necessidade de manutenção e facilidade de manuseio e utilização. O FZ AK-47 é uma arma originariamente de fabricação russa. Todavia, sob licença, foi e talvez ainda seja fabricado pela China e alguns países do leste europeu. A Tchecoslováquia era um deles. Por isso é uma arma muito difícil de ser rastreada.
A compra de um AK-47 "chinês" sai barata na medida em que o número de intermediários seja minimizado. Ou seja, o preço sem "frete" está em torno de US$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos dólares) - aproximadamente três mil reais. Assim sendo, e considerando-se que este tipo de operação é muito difícil de ser realizado sem intermediários, era possível adquirir-se um AK, no "asfalto", por um valor aproximado de cinco mil reais que mais que dobrava no repasse ao narcovarejo nas favelas. Era!
No âmbito das facções criminosas atuantes no RJ, o AK-47 está sendo negociado hoje, por valores entre trinta e trinta e cinco mil reais. Em outras cidades especialmente capitais, da mesma forma. As razões - ainda em análise, ou estão na menor produção nos países de origem ou na maior demanda em áreas de conflito ou no macro-narcotráfico, ou nos dois.

Texto extraído de e mail assinado como Ex-Blog do Cesar Maia 15/05/2008

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