sexta-feira, 9 de maio de 2008

Passeio imperdível: o Palácio de Verão do governo paulista


São Paulo já foi maravilhosa. Sem os problemas que a destróem hoje, como excesso de trânsito, a contaminação dos mananciais por loteamentos clandestinos, a criminalidade descontrolável, a cidade era uma delícia para se viver. Alguns dos seus espaços mais bonitos, porém, eram de uso exclusivo dos políticos poderosos, como ainda acontece. Paulistas comuns como eu, embora custeassem as contas, não podiam visitá-los. Um desses era o palácio do Horto Florestal, o tal Palácio de Verão do Governo do Estado, onde Adhemar de Barros, então governador, promovia festas capazes de escandalizar até os paulistanos mais liberais daquela época.
Agora, pela primeira vez na sua história de quase 60 anos, esse palácio, fincado ao lado do que resta da reserva florestal do Horto, que já foi a maior floresta nativa em área urbana do mundo, será aberto ao público para exibir exposições e oficinas artísticas culturais. Vai mostrar obras da coleção do Acervo dos Palácios, como Collete Pujol, Margaret Mee, Rugendas, Mário Gruber, Antonio Henrique do Amaral e outras.
A história do casarão começa em 1890, quando o governo do estado desapropriou diversas fazendas na serra, com a desculpa de recuperar a Mata Atlântica e conservar seus mananciais(olhem como essa história é velha e nunca bem sucedida). A primeira aquisição foi a da Fazenda da Pedra Branca, pertencente ao comerciante Pedro Borges, em 1896. A desapropriação foi feita por Bernardino de Campos, baseada nos dados de pesquisas de uma comissão formada pelo engenheiro Ramos de Azevedo(que depois construiu, entre outros, o teatro Municipal) e pelo botânico Alberto Loefgreen. Assim foi criado o Horto Florestal de São Paulo.
O casarão de 22 cômodos, oito quartos, vitrais da Casa Conrado, paredes brancas e janelas verdes, conserva mobiliário em madeira nobre. Adhemar de Barros, governador por três vezes, além de ter tornado a casa da Cantareira o Palácio de Verão, fez de uma outra em Campos do Jordão, o Palácio Boa Vista, o Palácio de Inverno dos governadores paulistas. Foi também o responsável pela compra do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.

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