quinta-feira, 19 de junho de 2008
Quadrilheiros na Educação
O Ministério Público denunciou à Justiça o reitor da Fundação Santo André, Odair Bermelho. Também foram denunciados o Pró-Reitor de Administração e Planejamento da Fundação, Paulo Cesar Rosa, e o auditor da instituição, Afonso Rodrigo de David. A denúncia é pela prática dos crimes de peculato qualificado e uso de documentos falsos. Os promotores do Grupo de Atuação Especial Regional de Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (GAERCO) de Santo André também pediram à Justiça a decretação da prisão preventiva de Bermelho e David.
De acordo com a denúncia, o reitor da Fundação Santo André apropriou-se da quantia de R$ 18.178,57 da instituição, ao utilizar essa importância para o pagamento de despesas pessoais, sob o pretexto de participação em um congresso realizado em julho de 2005, em Fortaleza. Embora o congresso só se iniciasse dia 17, Odair Bermelho viajou dia 9. Sempre com passagens pagas pela Fundação, foi primeiro para Recife e, de lá, para Fernando de Noronha, caracterizando viagem a passeio. Foi depois para Fortaleza e, no dia 23, viajou para São Luís do Maranhão, em companhia do auditor David, sob o pretexto de participar de uma jornada sobre educação realizada pela Universidade Federal do Maranhão.
A investigação realizada pelo Ministério Público comprovou que o evento em São Luís jamais aconteceu e que o recibo de inscrição no evento era falso. Os promotores descobriram também que o reitor da fundação apresentou notas fiscais de despesas realizadas em cidades cearenses como Sobral, Jericoacoara e Caucaia, durante o período de realização do congresso em Fortaleza, e notas fiscais relativas a despesas realizadas em Olinda (PE), bem antes do evento no Ceará. A Fundação pagou, ainda, despesas mediante a apresentação, pelo reitor, de 22 recibos de táxi falsos, além de várias notas fiscais de restaurantes, também falsas. Segundo os promotores, Paulo Cesar Rosa e Afonso Rodrigo de David prestaram “auxílio moral e material” para Bermelho, primeiro assinando documentos que autorizavam saque de dinheiro da Fundação como se tivesse legalmente justificado e, depois, defendendo publicamente a legalidade das viagens.
Os promotores pediram a prisão preventiva de Odair Bermelho e Afonso Rodrigo de David porque eles tentaram inviabilizar as investigações, demitindo funcionários da Fundação para dificultar a coleta de provas, bem como destruíram documentos. “Diante de tudo isto, certamente permanecendo em liberdade durante a instrução, outros meios de coação a testemunhas e ocultação de provas serão empregados com o desiderato de turvar a colheita de provas em juízo”, escreveram os promotores no pedido endereçado ao juiz da 1ª Vara Criminal de Santo André.
Finalmente começam as investigações sobre a gestão de faculdades espalhadas pelo Brasil. A Justiça tarda, mas espero que não falhe.
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