Após o fim do recesso parlamentar, a Justiça ouve, nesta quarta-feira (5), os policiais envolvidos na prisão e no inquérito dos cinco vereadores acusados de tentar extorquir dinheiro do prefeito de Igarapava, Francisco Molina (PSDB). Os cinco parlamentares ficaram presos quase um mês. Ao serem soltos, tentaram ocupar novamente os cargos, mas estão afastados por determinação da Câmara, que ainda analisa o pedido de cassação dos vereadores.
Os parlamentares respondem por crime de concussão, quando um funcionário público exige vantagens, e por formação de quadrilha. A presidente da comissão de investigação, Denise Mattar Soukel Gobbi, pediu reforço policial para as audiências.
No dia 18 de março deste ano, quatro dos nove vereadores de Igarapava foram presos em flagrante na prefeitura. José Eurípedes de Souza (PT), José Laudemiro Alves (DEM), Sérgio Augusto de Freitas (PP) e Roberto Silveira (PSDB) são acusados de exigir dinheiro do prefeito de Igarapava para aprovar projetos e contas do município. O então presidente da câmara, Alan Kardec de Mendonsa (PSDB) também é acusado, mas só foi preso no dia seguinte, pois quando a polícia chegou ele estava escondido atrás de um armário em uma sala da prefeitura.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça ao Ministério Público revelaram que os vereadores pediam pagamento de parcelas fixas. Eram R$ 5 mil, para cada um, nos primeiros meses dois meses e depois parcelas de R$ 7 mil. Em troca, eles garantiriam a maioria que o prefeito precisava para aprovar qualquer projeto na Câmara.
Na casa do vereador José Eurípedes de Souza, a polícia encontrou um revólver, munição, documentos de carros e mais de R$ 800 mil em cheques e dinheiro. Em depoimento à polícia, o prefeito confirmou que foi procurado pelos vereadores, mas disse não ter pago propina.
Os advogados de defesa dos vereadores e do presidente da câmara não se pronunciaram sobre o caso.
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