quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Em Sorocaba, secretários da prefeitura são presos por corrupção
O GAS (Grupo Antissequestro de Sorocaba) e o Ministério Público prenderam na manhã de terça-feira o secretário de Desenvolvimento Econômico, José Dias Batista Ferrari, e o ex-secretário de Governo e Planejamento, Maurício Biazotto, na continuidade da operação Pandora, que apura um esquema de corrupção envolvendo cobrança de propinas de donos de postos de combustíveis.Também foram presos a mulher de Biazotto, Valéria Cavaller, e o engenheiro Jeferson Tadeu Polazan Aily, que trabalha na Secretaria Municipal de Habitação.Ferrari e Biazotto foram citados por envolvimento pela empresária e ex-presidente regional do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo), Ivanilde Vieira Serebrenic, presa no fim de setembro, acusada de chefiar o esquema de corrupção.Segundo a polícia, Ivanilde cobrava propinas de donos de postos de combustíveis para engavetar denúncias de irregularidades e agilizar processos junto à prefeitura. Ferrari e Biazotto seriam os contatos no Paço.Ferrari foi detido em seu escritório de engenharia, na rua Mascarenhas Camelo, Centro. Conforme os policiais, ele se mostrou chocado diante da apresentação do mandado.As prisões de Biazotto e sua mulher ocorreram no Condomínio Ibiti do Paço, onde moram.Nenhum dos acusados dificultou a ação policial ou precisou ser algemado. O único a ser preso no Paço foi o engenheiro Jeferson Aily. Ele foi abordado no estacionamento destinado a funcionários. Jeferson é responsável pelo setor de autorização de obras. Na delegacia do GAS todos foram mantidos em salas separadas. Jeferson foi o primeiro a ser interrogado pelo delegado Wilson Negrão e pelo promotor Roberto de Campos, do Gaerco (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado).Na sequência foi a vez de Valéria, que segundo o delegado Wilson Negrão, teria colaborado com um importante volume de informações. Tanto ela quando Jeferson foram liberados após prestarem esclarecimentos. Biazotto e Ferrari já prestaram os depoimentos iniciais na terça, mas retornariam nesta quarta-feira. As autoridades estão colhendo as informações de forma individual, porém alternando os dois políticos. Os mandados de prisão temporária expedidos pelo juiz Jaime Walmer de Freitas, da 1ª Vara Criminal de Sorocaba, são válidos por cinco dias, podendo ser renovados por outros cinco.Ao terminarem o primeiro dia de depoimentos ontem, por volta das 22h, policiais conduziram Ferrari e Biazotto para a Cadeia Pública de Itu. Cada um foi levado em um carro e Biazotto preferiu esconder o rosto com uma blusa.Segundo o delegado Wilson Negrão, o esquema de cobrança de propinas teria movimentado, durante um ano e meio de investigação, pelo menos R$ 500 mil.Na investigação ainda aparecem diretores do Extra Hipermercados, que teriam pago propina em busca da agilização de documentação para a instalação de uma das lojas presentes em Sorocaba.O delegado afirma que o depoimento de Ivanilde confirmou os nomes de pelo menos oito pessoas no esquema.
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