quinta-feira, 3 de junho de 2010

Em Santo André, movimento contra as contas de ex-prefeito irrita petistas

A votação das contas de 2007 da Prefeitura de Santo André, na época comandada por João Avamileno (PT), é o assunto da vez nos corredores do poder da cidade. Durante a sessão de terça-feira na Câmara, o líder do DEM, Geraldo Isqueiro, admitiu o interesse em barganhar a aprovação da peça. Já PSDB e PTB (partido do prefeito Aidan Ravin) encabeçam movimento por sua reprovação, o que tem incomodado a cúpula do partido do ex-chefe do Executivo.
O vereador Tiago Nogueira (PT) demonstra repúdio à posição dos partidos excluídos do governo petista, que comandou Santo André por 12 anos ininterruptos até 2008. "As contas de 2005 e 2006 enfrentaram o mesmo problema diagnosticado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) e foram avalizadas na Câmara. Assim, a reprovação das contas de 2007 seria claramente retaliação política", acusa.
A opinião de Nogueira é fundamentada pelo atual cenário político de Santo André. Outrora absolvido pelo Legislativo, Avamileno agora corre sérios riscos de ter as contas reprovadas, já que neste momento há muito mais em jogo. Com a rejeição dos vereadores, o ex-prefeito ficaria inelegível por cinco anos, e viria sua pré-candidatura a deputado estadual ruir.
"Não podemos politizar esta situação tendo em vista as eleições de outubro. Queremos evitar que o João seja vítima de perseguição", observa o parlamentar, ao ameaçar a bancada de sustentação ao prefeito. "Os governistas têm de saber que as contas do Aidan um dia virão para cá", alerta.
Líder do PSDB, Paulinho Serra ignora a declaração do petista. "A análise do partido é baseada no parecer do TCE. A administração do PT teve tempo para corrigir as falhas apontadas pelo tribunal e não o fez", salienta, ao recordar que as contas de 2005 e 2006 foram reprovadas pelo TCE pelo mesmo motivo das de 2007: a inclusão do Sabina Escola Parque do Conhecimento como receptor dos investimentos na Educação.
JOGO DE EMPURRA - Enquanto as finanças da Prefeitura aguardam a inclusão na pauta e continuam engavetadas na Câmara, o líder do governo, José de Araújo e o presidente da Casa, Sargento Juliano (ambos do PMDB) seguem sem definir se Avamileno terá ou não novo prazo para apresentar defesa.
Ao contrário do anunciado por Juliano segunda-feira, a dupla peemedebista não se reuniu para definir o assunto. "Quem dá prazo é a Comissão de Finanças e Orçamento", esquiva-se Araújo.
O presidente do grupo citado pelo líder do governo é Marcelo Chehade (PSDB). O tucano alega ter aguardado resposta do ex-prefeito por 30 dias. Como não obteve retorno, encaminhou parecer à presidência da Câmara sinalizando pela reprovação da peça.

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