Candidatos a uma nova vaga na Câmara, cinco deputados federais da região de Ribeirão Preto aceleraram os gastos no primeiro semestre de 2010 em relação ao mesmo período do ano passado. Na média, o aumento no gasto público foi de 33%.
Os desembolsos fazem parte da Ceap (Cota para Exercício da Atividade Parlamentar). Complementar ao salário, essa verba paga despesas como conta telefônica, deslocamentos, despesas de escritório e divulgação da atividade parlamentar.
No primeiro semestre do ano passado, Lobbe Neto (PSDB), de São Carlos, Dr. Ubiali (PSB), de Franca, Duarte Nogueira (PSDB), de Ribeirão Preto, Luciana Costa (PR), de Barretos, e Dimas Ramalho (PPS), de Araraquara, gastaram R$ 441,5 mil nesses itens.
Em 2010, ano eleitoral, os desembolsos dos cinco por meio da Ceap subiram para R$ 587,4 mil.
Quem mais gastou nos seis primeiros meses deste ano foi o deputado de São Carlos. Foram R$ 151 mil em despesas entre janeiro e junho, 61% a mais do que no mesmo intervalo de 2009. A seguir, vem o francano Dr. Ubiali, que gastou R$ 141 mil em 2010, ante R$ 107 mil no ano passado. Entre os cinco, apenas Ramalho não elevou seus gastos neste ano eleitoral. O levantamento da Folha, no entanto, só comparou os gastos do deputado de Araraquara entre março e junho, já que ele só assumiu o mandato em março do ano passado, após deixar um cargo na Prefeitura de São Paulo.
Nesse período, em 2010, ele gastou R$ 43.411. Nos mesmos meses de 2009, foram R$ 44.721.
Dois outros federais da região, Antonio Palocci Filho (PT), e Fernando Chiarelli (PDT), não foram incluídos na comparação. O primeiro por ter desistido de concorrer à reeleição - o ex-prefeito de Ribeirão Preto e ex-ministro da Fazenda decidiu se dedicar exclusivamente à coordenação da campanha à Presidência da petista Dilma Roussef. Já Chiarelli, também de Ribeirão, não teve os gastos comparados porque era suplente até abril de 2009, quando assumiu a vaga devido à morte do deputado João Hermann Neto. Neste ano, o pedetista gastou R$ 123.917 de cota parlamentar.
Para o coordenador de projetos da Transparência Brasil, Fabiano Angélico, "não há dúvida" de que o aumento nos gastos dos deputados está relacionado à busca por votos.
O Transparência Brasil é contra a cota parlamentar, segundo Angélico, porque, "muitas vezes, ela é usada como campanha eleitoral". Ele cita as despesas com divulgação da atividades parlamentares como um desperdício de dinheiro público, já que os deputados têm a estrutura da Câmara -TV, site, rádio- para promover seu trabalho. Segundo Angélico, a possibilidade de os deputados utilizarem o dinheiro do contribuinte para custear viagens, propaganda e escritório político lhes dá vantagem sobre os candidatos que não têm mandato.
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