sábado, 11 de dezembro de 2010

Força tarefa especial para investigar morte de prefeito de Jandira-SP

A Procuradoria-Geral de Justiça designou os promotores de justiça do Júri de Jandira e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Núcleo São Paulo para acompanharem as investigações sobre o assassinato do prefeito de Jandira, Walderi Braz Paschalin, ocorrido na manhã desta sexta-feira (10).
A investigação é sigilosa e os promotores de Justiça não se manifestarão a respeito.
A morte do prefeito de Jandira (Grande SP), Walderi Braz Paschoalini (PSDB), que estava no terceiro mandato, é o último dos mais recentes crimes envolvendo políticos na cidade. Ele foi morto a tiros na manhã desta sexta-feira (10).
Em 1983, o prefeito Dorvalino Abílio Teixeira (PDS), que governou a cidade de 1977 a 1983, também foi assassinado. Teixeira levou dez tiros quando chegava em casa. O caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte) --os dois principais suspeitos também foram mortos executados, pouco tempo depois. Dorvalino Abílio Teixeira era pai do atual presidente da Câmara de Vereadores de Jandira, Wesley Teixeira (PSB), que se diz chocado com o crime desta sexta-feira (10).
Em 2001, o vereador Mario Soares de Almeida foi assassinado na frente de sua família ao chegar de uma sessão da Câmara. 
Já em julho deste ano, o ex- vereador Waldomiro Moreira de Oliveira, o Mineiro, também foi assassinado. Outro que foi morto a tiros recentemente foi um primeiro suplente chamado de Ivo do Gás. A polícia afirmou que estes dois casos e a morte do prefeito Braz Paschoalini serão investigados em conjunto, para averiguar se há relação entre eles.
Cidade "perigosa"
O líder do governo na Câmara dos Vereadores, Henrique Francisco de Alexandria (PSDB), acredita que a cidade está se tornando "perigosa" para exercer a política.
"Eu acho que só pode ter sido crime político [contra o prefeito]. Quem mais? Eu não vou responder, é a polícia, mas tenho certeza de que foi crime político encomendado", afirmou Alexandria.
Som de tiros
O crime ocorreu por volta das 8h desta sexta-feira (10) na rua Antônio Conselheiro, no Jardim Mirantes, em Jandira (Grande SP). O prefeito chegava à rádio Astral FM com o motorista e segurança, Wellington Martins, quando o veículo foi interceptado por outro. Ele gravaria o programa “Bom dia, prefeito”. Os disparos foram captados pela emissora, e puderam ser ouvidos ao vivo no momento em que o locutor Marcos Aleixo falava sobre o prefeito com o colega, Fernando Silva. “Que bagunça que é essa aí?”, questionou Aleixo.
Walderi Braz Paschoalin, no PSDB, tinha 62 anos e cumpria no terceiro mandato. Ele chegou a ser atendido, mas morreu em um pronto-socorro municipal. O segurança foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, onde passou por uma cirurgia. Ele está em estado gravíssimo.
A polícia prendeu quatro suspeitos poucos minutos após o assassinato para averiguação. Eles estavam em uma estrada de terra próxima ao local do homicídio, em um Polo. O Focus prata que interceptou o carro do prefeito foi encontrado em um barranco também na saída da cidade, sem marcas de frenagem, com os bancos molhados de gasolina e uma garrafa pet com combustível. Para a polícia, eles não tiveram tempo de incendiar o automóvel. Mais dois homens foram detidos na mesma região.
A polícia trabalha com a hipótese crime encomendado, mas diz ainda não ser possível definir a motivação. A Procuradoria Geral de Justiça designou os promotores do Júri de Jandira e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - Núcleo São Paulo para acompanhar as investigações, que serão conduzidas pelo delegado Zacarias Katcer Padros, chefe do SHPP (Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa) de Carapicuiba (Grande São Paulo).

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